Tratado comercial entre Mercosul e UE é 'possível', diz Amorim
Raphael Gerk
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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
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Chanceler participou de reunião com delegados europeus nesta segunda.
Amorim defendeu diálogo e direito do Irã de ter programa nuclear.
O chanceler brasileiro, Celso Amorim, representando o Mercosul, e delegados da União Europeia discutem nesta segunda-feira (15), em Madri, a retomada das negociações entre os dois blocos para a assinatura de um tratado de livro comércio.
A presidência espanhola da UE defende a assinatura de um pacto durante a cúpula UE-América Latina de maio, em Madri.
Amorim disse que "é possível" que o acordo seja fechado em maio. "Creio que poderíamos ter um acordo que possa ser assinado, que não seja simplesmente uma declaração política, na ocasião da reunião em Madri", disse ele.

Os delegados Miguel Angel Moratinos e Catherine Ashton, da UE, e Celso Amorim, representando o Mercosul (Foto: Pierre-Phillipe Marcou/AFP)
Participa da reunião ministerial de diálogo político a alta representante de Política Externa da UE, Catherine Ashton, e o ministro espanhol das Relações Exteriores, Miguel Angel Moratinos, que representa a presidência temporária espanhola da UE.
"A grande disposição política da presidência europeia e do Mercosul nos dão segurança de que é sim possível avançar", disse Amorim. Ele lembrou que as principais dificuldades são que o bloco europeu busca maior acesso ao Mercosul para seus produtos industriais e serviços, enquanto o bloco sul-americano quer que os europeus reduzam as ajudas à agricultura para que os produtos agrícolas possam competir na União Europeia.
Segundo o chanceler espanhol, "há vontade de avançar o máximo" entre ambos os blocos, que começaram as negociações comerciais no ano 2000 mas não puderam conclui-las por estarem, na época, vinculadas ao fechamento da rodada de Doha da Organização Mundial de Comércio (OMC).
Agora, ante a paralisia existente na OMC em relação a Doha, estima-se que países e blocos regionais devam buscar os próprios pactos comerciais
Agora, ante a paralisia existente na OMC em relação a Doha, estima-se que países e blocos regionais devam buscar os próprios pactos comerciais
Irã e Honduras
Os chanceleres também discutiram questões relativas a Irã e a Honduras. Amorim disse que o Brasil está disposto a favorecer o diálogo entre o Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA) sobre energia nuclear, enquanto aumentam as ameaças de sanções contra Teerã.
"Acreditamos que há uma oportunidade de negociar sobre a produção nuclear com o Irã respeitando o direito do país de ter seu programa pacífico" e "há uma possibilidade de se chegar a um acordo", insistiu.
O Brasil defende que o Irã possa ter um programa nuclear para fins pacíficos, ao contrário dos europeus, norte-americanos e outros membros da comunidade internacional.
"Acreditamos que há uma oportunidade de negociar sobre a produção nuclear com o Irã respeitando o direito do país de ter seu programa pacífico" e "há uma possibilidade de se chegar a um acordo", insistiu.
O Brasil defende que o Irã possa ter um programa nuclear para fins pacíficos, ao contrário dos europeus, norte-americanos e outros membros da comunidade internacional.
Amorim disse ainda esperar que o ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya, que se encontra na República Dominicana, possa voltar ao país para participar da vida política, após a posse do novo presidente, Porfirio Lobo.
"Para nós, talvez o mais importante dentro desse processo de reconciliação seja criar condições para que o ex-presidente Zelaya, que era o governante legítimo até o dia 27 [de janeiro], possa voltar e participar da vida política de Honduras", disse. O governo brasileiro não reconhece Lobo, que ganhou as eleições de novembro.
"Para nós, talvez o mais importante dentro desse processo de reconciliação seja criar condições para que o ex-presidente Zelaya, que era o governante legítimo até o dia 27 [de janeiro], possa voltar e participar da vida política de Honduras", disse. O governo brasileiro não reconhece Lobo, que ganhou as eleições de novembro.
Marcadores: Economia e Negócios , Mundo , Notícias , União Européia
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